Lula diz que tem 'rusgas' com Câmara e Senado, mas que Congresso 'votou tudo que precisava
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta terça-feira (30) que às vezes tem "rusgas" com a Câmara dos Deputados e com o Senado Federal, mas que o Congresso Nacional votou tudo que o governo precisava que fosse votado.
"Acho que poucas vezes na história, um governo teve uma relação exitosa com a Câmara e com o Senado como tivemos aqui.
Às vezes, a gente tem rusgas, a gente tem divergências.
Mas, na essência, o Congresso Nacional votou tudo que a gente precisava que fosse votado", afirmou Lula. O presidente deu a declaração durante uma cerimônia de sanção de cinco projetos sobre segurança alimentar e agricultura familiar no Palácio do Planalto.
Estavam presentes na cerimônia o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT). A fala ocorreu dias depois de Lula afirmar que a maioria dos deputados "pouco" ligava para o povo, durante entrevista ao podcast Papo de Crente – programa da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito.
Nesta terça, Lula mudou o tom sobre os parlamentares e disse duvidar que "em algum lugar do mundo um Congresso votou tantos projetos num só tempo e o presidente assinado cinco projetos em meia hora aqui".
"Nós estamos chegando próximo aos três anos de governo e não sei se na história do Brasil teve um presidente eleito, presidente da República com bancada de apenas 70 deputados conseguir aprovar num Congresso de 513 deputados e deputadas tudo que conseguimos aprovar nesses três anos", disse Lula. Arquivo - Lula entre os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, no Palácio do Planalto Wilton Junior/Estadão Conteúdo Lula disse ainda que "quem diz que deputado e senador não trabalha, tem que começar a reavaliar o discurso".
Estavam presentes na cerimônia também autoridades dos partidos PP e União, que romperam com o governo Lula, como o demissionário ministro do Turismo, Celso Sabino (União-PA), e os deputados Pedro Lucas (União-MA) e Doutor Luizinho (PP-RJ). Almoço com Alcolumbre e Motta Horas antes da cerimônia desta terça, o presidente Lula almoçou com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e com o presidente da Câmara, Hugo Motta, no Palácio da Alvorada.
Durante o almoço, os chefes de poderes discutiram pautas de interesse do governo que estão no Congresso e que devem ser votadas até o fim do ano, como o projeto sobre isenção do Imposto de Renda, que deve ser votado nesta quarta-feira (1º) no plenário da Câmara, e a Medida Provisória 1303, sobre tributação de setores com alta renda no Brasil. Sobre o projeto do IR, a ministra afirmou que sentiu "boa vontade" de Motta e Alcolumbre e que a expectativa do governo é que, a matéria sendo votada nesta quarta-feira na Câmara, não demore para ser votada no Senado.
Gleisi disse ainda que o governo defende que o relatório do deputado Arthur Lira (PP-AL) seja aprovado no plenário da Câmara sem alterações.
"Nós concordamos com o relatório do deputado Arthur Lira.
Nós achamos que ele está muito bom.
Ele, inclusive, realmente subiu de R$ 7 mil para R$ 7.350, fazendo um ajuste ali na tabela.
Então, nós achamos que é muito importante.
E queremos, obviamente, que esse relatório seja aprovado como ele está em plenário.
Porque aí ele nos dá a condição de dar a isenção para quem ganha até R$ 5 mil e fazer a compensação.
Então, está muito equilibrado", disse Gleisi. Sobre a Medida Provisória 1303, a ministra destacou que além de tratar sobre arrecadação de setores mais ricos da sociedade, a MP também traz medidas de contenção de despesa, entre elas a colocação do programa Pé de Meia dentro do Fundeb e a limitação de gastos como seguro defeso, na limitação orçamentária.