O empresário Fernando Cavalcante, investigado por participação no esquema de fraudes contra aposentados e pensionistas do INSS, prestou depoimento à Polícia Federal (PF), no qual detalhou transações financeiras importantes e pouco explicadas entre parte dos investigados pelo esquema criminoso. Cavalcante foi ouvido pela PF no dia 23 de setembro.
No depoimento, ele disse que atuava como assessor do advogado Nelson Williams — também investigado.
Fernando era vice-presidente do escritório de Nelson Williams, sendo responsável pela coordenação e gestão estratégica dos negócios. O depoente Fernando Cavalcante informou que um dos empréstimos de Maurício Camisotti ao Nelson Williams foi feito antes de Fernando ter uma ascensão na gestão financeira do grupo NW. Segunda Turma do STF forma maioria para manter prisão de 'Careca do INSS' e de Maurício Camisotti O empresário relatou que o grupo enfrentava dificuldades financeiras e, por isso, recebia empréstimos frequentes do também investigado Mauricio Camisotti, alvo da mesma operação. “Maurício [Camisotti] tinha por prática realizar empréstimos ao grupo Nelson Williams”, afirmou.
Ele acrescentou que os empréstimos ocorriam em razão do “descontrole financeiro do grupo”. Ainda de acordo com o depoimento, apesar de os recursos serem enviados em um contexto de crise financeira, parte dos valores foi destinada a outra finalidade: a compra de um terreno para a futura residência de Nelson Williams.
O depoente não contou o valor, nem detalhes da transação.
Mas, disse que esses empréstimos eram feitos em contratos entre Nelson Williams e Camisotti, e que a empresa de Nelson não prestava serviços a Camisotti. Suspeita de ocultar carros de luxo Fernando Cavalcante foi questionado pela PF sobre ações relacionadas a ele, que é suspeito de ocultar carros de luxo antes da operação da PF, em abril.
Segundo as investigações, os carros podem ser produto de crime e Fernando queria evitar que fossem apreendidos. O empresário, porém, argumentou que se trata de uma prática comum.
À PF, ele "esclareceu que a determinação de retirada e guarda em local diverso de sua residência foi uma prática corriqueira, considerando que sua casa em Brasília não possui estrutura para a custódia de todos os veículos".
Disse que “não houve determinação para a ocultação dos referidos bens, tampouco informação privilegiada”.