Santos Dumont fica quase 12 horas fechado por causa de óleo derramado na pista
A pista do Aeroporto Santos Dumont, no Centro do Rio, foi liberada para pousos e decolagens às 17h25 desta terça-feira (30), após cerca de 12 horas de interdição.
De forma excepcional, a Infraero vai estender o horário de funcionamento do terminal para auxiliar na regularização dos voos.
Normalmente, o aeroporto opera das 6h às 23h.
Pela manhã, o terminal no Centro do Rio suspendeu as operações depois que técnicos da Infraero identificaram óleo espalhado por toda a pista principal.
📱Baixe o app do g1 para ver notícias do RJ em tempo real e de graça Com mais de 160 voos cancelados — e 14 desviados para o Aeroporto Internacional do Galeão —, o terminal ficou lotado de passageiros ao longo do dia, com muitas dúvidas sobre quando iriam viajar. Aeroporto Santos Dumont reabriu para voos e decolagens às 17h25 Além da espera por informações, muitos relataram conexões perdidas e compromissos cancelados. “A gente estava indo a uma reunião de trabalho em São Paulo, e esse voo atrasado vai complicar muito a nossa vida”, disse João Gabriel Soares, diretor de operações de uma operadora de telefonia. “A gente já estava com hotel pago, almoço marcado com fornecedor.
Vamos perder muita coisa”, lamentou. Passageiros enfrentaram longas filas no Aeroporto Santos Dumont Rafael Nascimento / g1 Rio LEIA TAMBÉM: Passageiros enfrentam transtornos com fechamento do Aeroporto Santos Dumont Procon Carioca notifica Infraero e companhias aéreas por caos no Santos Dumont O que aconteceu no Santos Dumont Vazamento de óleo na pista fecha o Aeroporto Santos Dumont Reprodução/ TV Globo Segundo a Infraero, o incidente foi na madrugada desta terça, quando um veículo de serviço que fazia uma inspeção espalhou óleo na pista.
Diante do risco de derrapagens, o aeroporto parou (veja a íntegra da nota ao fim da reportagem).
Normalmente, os aviões começam a decolar do Santos Dumont às 6h, mas nenhum levantou voo.
Também não houve chegadas.
Congonhas (SP), Viracopos (SP), Confins (MG) e Brasília (DF) sentiram os impactos da paralisação. “A retomada dos voos está condicionada à completa remoção do produto, já que a pista precisa atender aos mais altos padrões de segurança”, disse em nota mais cedo a Infraero.
Telão do Santos Dumont mostra voos cancelados, atrasados e com embarques fechados Reprodução / TV Globo Passageiros relatam transtornos Saguão do Aeroporto Santos Dumont ficou lotado no fim da manhã desta terça (30) Rafael Nascimento / g1 Rio Camila de Oliveira, de 30 anos, aguardava um voo para Palmas, com conexão em Guarulhos.
Ela contou que chegou ao Aeroporto Santos Dumont por volta das 8h30 e, no momento do embarque, foi informada de que todos os voos estavam cancelados, com previsão inicial de saída às 10h. Segundo ela, ao se dirigir ao portão de embarque, recebeu a informação de que os voos seriam, na verdade, reagendados. "Só agora, às 16h13, conseguimos atendimentos.
Foram 5 horas de fila, sem poder sair para almoçar.
A única coisa que a Latam deu pra gente foi uma água, um salgadinho e um suco.
Não proporcionou cadeira pra gente se sentar", reclamou. "As companhias aéreas estão totalmente despreparadas para oferecer um serviço de qualidade para os usuários.
Incidentes acontecem, só que eles têm que estar preparados para tudo isso.
Você ficar cinco horas numa fila é muita coisa." Passageiros enfrentaram filas no Santos Dumont Raoni Alves/g1 Rio Depois de cinco horas na fila, Camila e a mãe conseguiram remarcar o voo para Guarulhos para as 10h desta quarta-feira (1º).
De lá, ainda terão que aguardar mais 2h30 para embarcar em um novo voo com destino a Palmas, no Tocantins. "Eu esperava um tratamento melhor dos funcionários.
Uma alimentação.
Os próprios funcionários não sabem como fazer nessa situação." Ela relatou ainda que, devido aos atrasos, chegará a Palmas apenas após as 15h de quarta-feira (1º), o que a obrigou a remarcar compromissos profissionais.
A mãe dela também precisará faltar dois dias ao trabalho.
Camila informou que pretende buscar seus direitos na Justiça e entrar com uma ação por danos morais. Gustavo Almeida aguardava atendimento na fila desde as 13h.
Ele viaja com outros nove familiares, entre eles cinco crianças — uma delas com transtorno do espectro autista.
Para ele, as companhias aéreas deveriam ter mais atenção e cuidado com os passageiros em situações como essa. "Já sabíamos do problema, a gente foi avisado pela equipe, mas a gente não tem onde ficar.
Estamos aguardando para ver o que vai ser resolvido por parte da companhia." Filas no Aeroporto Santos Dumont Raoni Alves/g1 Rio Mutirão A Infraero esclareceu que o vazamento ocorreu durante manutenção preventiva, realizada no período noturno, “quando não há voos no aeroporto”. O incidente aconteceu próximo à cabeceira da pista, um ponto crucial tanto para o pouso — quando as aeronaves tocam o solo — quanto para a decolagem — na fase final de aceleração. “Tão logo foi identificado o vazamento, a Infraero iniciou os trabalhos para a liberação da pista, com a remoção do veículo e a limpeza da área atingida, utilizando desengraxante biodegradável”, detalhou. Funcionários do Santos Dumont trabalhavam na limpeza da pista por volta das 8h20 desta teça (30) Reprodução / TV Globo Nota da Infraero "A pista do Aeroporto Santos Dumont foi liberada para pousos e decolagens às 17h25 e o Notam (aviso aos aeronavegantes) já foi baixado.
A Infraero, excepcionalmente, estenderá o horário de operação do aeroporto para auxiliar na regularização dos voos.
O horário regular de funcionamento do Santos Dumont é das 6h às 23h.
A Infraero esclarece que o vazamento de óleo hidráulico na pista do Aeroporto Santos Dumont, por volta de 3h da madrugada desta terça-feira, teve origem no motor do caminhão “desemborrachador” que estava sendo utilizado em manutenção preventiva da pista, procedimento rotineiro previsto nos normativos da aviação civil. O caminhão não fazia transporte de combustível e o óleo derramado é do motor do próprio equipamento. Imediatamente após a ocorrência foi realizada a retirada do veículo e iniciada a limpeza com produto específico para tal finalidade, um desengraxante biodegradável em conjunto com a água dos Carros Contraincêndio, que possuem jatos de alta pressão. Todos os recursos disponíveis foram utilizados para liberação da pista no menor prazo possível, atendendo aos critérios normativos. Cabe ressaltar que a composição do pavimento das pistas de pouso e decolagem é específica, sendo a limpeza minuciosa necessária para garantir os níveis de atrito das aeronaves com o solo. A Infraero reitera seu compromisso com a segurança dos passageiros e das operações aéreas, uma prioridade para a Companhia. A retomada dos voos foi condicionada à completa remoção do produto, já que a pista precisa atender aos mais altos padrões de segurança.
Foi emitido Notam (aviso aos aeronavegantes) para que as companhias áreas pudessem realizar as tratativas com os passageiros, como assistências e orientações gerais."